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Tuesday, February 23, 2010

Firefox 3.6 e problemas com extensões

Fracamente, cansei do Firefox 3.6. Ele não inicia corretamente dependendo das extensões que tenha instalado.
Para usar ele e todas as minhas extensões (essa lista pode estar bem diferente daqui a algum tempo) eu tive que criar um script intermediário com a seguinte configuração:
#!/bin/bash
/opt/firefox/firefox -safe-mode
sleep 2
/opt/firefox/firefox $@
Bastava apertar "quit" na primeira tela que se abre e a segunda chamada do programa era perfeita. Eu não entendi nada... Agora, se eu tentasse chamar diretamente o programa sem passar por esse esquema, a inicialização falhava.

Eu tentei tudo que conheço para contornar esse problema. Até pensei em desistir de algumas extensões (sim, repito, o problema "era das extensões") até perceber que teria de desistir de quase tudo para isso funcionar.

Assim, após constatar que o Chromium ainda não está pronto para mim (embora tenha evoluído muito desde minha primeira análise, ele está quase no ponto !) eu voltei para o Mozilla Firefox 3.5.8.

E para quem não sabe, existe um link específico para baixar versões mais antigas, porém suportadas, do Firefox. Perfeito para quem como eu fica revoltado com esse tipo de situação criada a cada lançamento de uma nova versão do navegador da Mozilla.

Thursday, February 18, 2010

DenyHosts

Em duas semanas identifiquei mais de 240 ataques de força bruta ao servidor ssh do meu computador pessoal estabelecido na minha casa e onde tenho ip dinâmico. E nada disso me preocupou.

Eu uso o DenyHosts para cuidar das defesas do ssh. Não conheço solução melhor no que se refere a computadores pessoais. Na maior parte dos sistemas GNU/Linux basta instalar pelo seu gerenciador de pacotes. E eu não acho que seria uma solução adequada em computadores profissionais de grande porte (mas isso é opinião pessoal).

Claro que também uso um firewall (iptables) e também é verdade que é possível estabelecer regras para diminuir a quantidade de ataques por segundo, transformando-as em ataques por minutos (o que não elimina os ataques, mas os torna ineficientes), além de outras regras. Mas o ponto central para mim é o custo benefício.

Para defender um único computador o DenyHosts é perfeito. Outras técnicas são mais eficientes, mas normalmente não compensa o trabalho que dá para implementá-las ou o custo do produto desse trabalho (manutenção, gerenciamento, eficiência pessoal, etc).

Se você tem um servidor ssh ativo a algum tempo (não precisa ser muito não !!!), experimente entrar no seu diretório de logs e digitar:
grep -i ssh *
E não se assuste ! Ou melhor, pense se sua senha de root foi fácil de imaginar, porque se foi, eu diria para você se assustar MUITO !!!

Aliás, é prudente bloquear o acesso do root pelo ssh. Assim, o invasor terá de adivinhar o login e a senha. E sim, eles também vão tentar isso, logins muito brasileiros e logins codificados se salvam fácil (ou nem tanto...), mas nomes muito populares no exterior são rapidamente explorados.

Thursday, February 11, 2010

Google Buzz: você precisa disso ?

Se ainda não sabe o que é o Google Buzz (ou simplesmente não tem uma conta no Gmail para descobrir rapidamente) veja o vídeo disponível através da página oficial do serviço. Para dizer a verdade, página oficial da divulgação do serviço, já que a maior vantagem desse sistema é que ele está completamente integrado a estrutura do Gmail.

O serviço permite que uma certa pessoa disponibilize o conteúdo gerado por ela em serviços como Picasa, Google Reader, Blogger, Twitter, etc através de uma única interface para seus seguidores. Aqueles que te seguem em tudo que lugar não precisará abrir 10 serviços diferentes para ver tudo que fez naquele dia.

A idéia é maravilhosa no papel, mas deve ser encarado com um certo cuidado e caso a caso.
  • Na lista de coisas que você pode compartilhar estão todas as suas conversas no chat do gmail. Você não quer compartilhar essa informação. Erro meu, apenas o status é compartilhado, obrigado ao Hugo pelo aviso.
  • Tradicionalmente quem segue o Twitter usa o Twitter e nem todo mundo quer acompanhar a suas mensagens no Twitter (sério, gente, tem gente que não tem conta no Twitter).
  • O próprio Google Buzz tem ares de Twitter... Parece o Twitter, cheira como ele, mas ainda não tem as "praticidades" do mesmo. Digo que não devia se comportar como a mesma coisa... mas... vai saber onde isso vai dar no futuro.
  • A idéia de colocar ali o seu Picasa público/Flickr é interessante, porque empurra para os prováveis interessados a novas fotografias que você quer compartilhar.
  • Acredito que o mesmo valeria para a conta individual do YouTube.
  • Quem acompanha seu itens compartilhados no Google Reader pode ou não usar o Google Reader. O que eu vi foi uma coisa interessante. As conversações ficaram mais ativas e interessantes dentro do Buzz do que dentro do Google Reader. Minha interpretação é que quando eu compartilho a informação via Google Buzz ela atinge um número maior de pessoas que irá se interessar em dialogar com a informação, mas também atinge pessoas que eu sei que acompanham os meu itens compartilhados pelo próprio Google Reader com certa freqüência. Minha impressão seria que o sistema interno ao Google Reader saiu perdendo nessa, porque eu não quero ver duas vezes a mesma coisa em dois lugares diferentes e não posso especificar para seguir apenas um parte do que o usuário X produz eliminando a repetição.
  • A mesma complexa avaliação acima pode ser aplicada aos blogs escritos no Blogger. Eu teria a expectativa de aumentar a audiência sem esforço (muita gente, muita gente mesmo, não vai até um blog, mas aceita receber um blog dentro de sua conta).
O que eu pretendo fazer ?

No momento que eu recebi o sistema na conta eu desativei o mesmo. Depois de ler do que se tratava e entender como funcionava eu ativei o sistema novamente colocando os itens compartilhados do Google Reader, meus blogs, minha conta no YouTube (que eu espero que divulgue os vídeos favoritos) e o Picasa ativos no sistema.

Eu não gosto do Twitter e não tenho paciência para escrever como se estivesse no Twitter, portanto, não terei atualizações rápidas. Os blogs e o Google Reader serão os maiores fornecedores de conteúdo. O que pode ser bem repetitivo para quem já acompanha essas informações por outros meios.

Gostaria que o sistema tivesse uma forma que eu pudesse selecionar o que eu pretendo ver de um certo usuário, mas isso ainda não é possível. Nessa forma de pensar, eu poderia dizer que eu quero acompanhar o Picasa, mas não quero acompanhar o Twitter de um usuário que compartilha ambos. Isso seria excelente.

Seja como for, leia o texto que explica como desativar ou silenciar o Buzz. Considero a leitura desse texto fundamental para evitar distrações desnecessárias e aumentar a objetividade dentro do sistema de e-mail. Note, e-mail deve ser produtivo para quem trabalha usando e-mail. Ter esse buzz todo dentro do sistema na forma que foi projetado é um convite para ter problemas com a produtividade. Então aprenda a silenciar/esconder o Buzz... é importante.

Nepomuk: você precisa disso ?

Se você usa o KDE 4 e não sabe o que é o Nepomuk, visite o site oficial para ter uma idéia da grandeza do programa (que fica mais clara na página "sobre"). Mas eu posso resumir dizendo que no momento ele é um indexador de informação que transpassa o computador.

Se olhar direito, sem preconceitos, tem que reconhecer que eles sonham alto. Semantic Desktop não é um passo pequeno.

Por outro lado, o programa me pareceu muito mais pesado do que eu desejaria de um programa desse gênero e chegou a consumir mais memória que todo o restante do sistema junto, o que é inaceitável (especialmente porque eu vi isso após ele ter criado o índice). Eu também não tenho muita certeza da necessidade de certas informações que ele coleta e nem sei se gosto de saber que há alguma coisa coletando tais informações.

Muito do que ele promete parte do pressuposto da desorganização pessoal (em alguns casos em níveis extremos). Bem, quem é desorganizado vai continuar sendo desorganizado e quem é minimamente organizado não precisa desse tipo de programa mais do que precisaria de outros indexadores metadados de arquivos (isso assumindo que precise de algum tipo de indexador de metadado!). Embora a perfumaria não incomode quando o custo não é alto, isso não parece ser o caso aqui !

Wednesday, February 10, 2010

Ordem na vida digital: Gerenciando os Bookmarks

O maior patrimônio de um usuário da web são os seus sites favoritos. Nessa frase, o contexto é: seus sites prediletos. Contudo, a mesma frase poderia ser escrito entendendo que favoritos refere-se a bookmarks. A única questão é pensar se essa frase é ou não muito exagerada. Ainda assim, é no entendimento de que os sites prediletos são, no mínimo, um grande patrimônio do usuário da internet, qualquer navegador web fornece alguma forma de armazenar essa informação.

Há dois tipos de favoritos. Aqueles que são da primeira página de um certo site e aquele que leva até a página específica de um site. De uma forma ou de outra, em menor ou maior grau, ambos representam seu histórico pessoal. São os melhores sites que você "achou" na época que os localizou para um certo assunto. Dessa forma, quando tiver que revistar um certo assunto, ao invés de busca na web novamente (como muitos fazem), podemos começar a pesquisa em seu histórico particular, seu diretório de links preferidos, seus bookmarks.

Os bookmarks podem ser armazenados em uma estrutura de diretórios, similar ao armazenamento de arquivos no computador, ou em tags, que é como o que ficou consagrado atualmente pelo delicious, serviço online de armazenamento de bookmarks e que se propagou por diferentes frentes e serviços atingindo, inclusive, os programas de desktop.

Acredito que o uso de programas online para o gerenciamento de bookmarks é a melhor opção, da a disponibilidade da informação. Entretanto, por uma questão de privacidade, eu somente recomendo fazer isso no caso de links que sejam compartilháveis, ou seja, não armazene na web links que você consideraria somente seu. Embora, na maior parte das vezes, seja possível fazer com que o link seja somente seu (isso quando essa não é a única opção - cada programa é um programa).

O serviço online que eu selecionei para meu uso pessoal é o delicious. Esse serviço consiste em ser um gerenciador público de bookmarks, portanto, eu possuo página pública. Outro exemplo muito bom (muito mesmo) é o do usuário adobe, que sim, é da empresa Adobe.

As dicas que irei passar são para o gerenciamento de bookmarks utilizando tags. Como digo, tags não é um privilégio de programas online, o Firefox, por exemplo, permite o armazenamento de bookmarks utilizando tags (nele também é possível utilizar diretórios). Entretanto, nem todas as dicas funcionam em todos os sistemas. Embora a maioria seja universal, algumas são um pouco específicas demais para serem generalizadas.

O "desenvolvimento" dessas dicas surgiu no fim ano de 2009, quando eu rascunhei o que eu considerei fundamental para organizar os meus bookmarks. No processo, eu exportei meus bookmarks do delicious para o HTML e deletei todo o conteúdo do meu delicious apenas para reorganizar os links da forma que eu gostaria.

A reorganização dos bookmarks foi fundamental para o seu uso correto, mas reorganizar mais 1900 links é impossível para uma pessoa sozinha que não trabalhe fazendo isso. Portanto, pode existir um certo "buraco" no tempo até ter tudo funcionando de forma satisfatória. Os links não são realmente perdidos (e isso é importante), mas existe o prejuízo de começar de novo, perder referências a tags que fez em seu blog e/ou enviou por e-mail ao alguém, etc, mas nem é tão ruim quanto parece, pois o processo permite limpar coisas que não são mais úteis e/ou que saíram do ar ao mesmo tempo que realiza a reorganização necessária.

Eu gostaria muito de seguir todas as regras do que eu falarei aqui, mas erros são impossíveis de evitar, meu segredo pessoal é deixar esses erros no menor grau possível.

Dicas Gerais
  1. tags devem ser únicas. Em sistema sensíveis a diferenças entre letras minúsculas e maiúsculas o cuidado nesse ponto deve ser extra. Mas o maior problema são palavras que significam mais de uma coisa. Por exemplo, "pasta". Pasta, em português, pode significar um creme, dental ou alimentício, pode significar um lugar onde guardamos documentos e ainda serve para referenciar massas, que no caso, é uma herança de palavras estrangeiras.
  2. tags devem estar em um único idioma. Qualquer idioma. Imagine a tragédia que seria ter "House" e "Casa" como tags. Metade dos seus links estaria em uma tag e a outra metade em outra tag. Eu escolhi o inglês para me ajudar a selecionar tags com base na escolha da maioria dos usuários do sistema.
  3. tags devem ser escritas sem acento. Isso evita problemas de codificação.
  4. tags devem ter um único formato. Se vai (e deve) usar palavras compostas, use estilo wiki (MinhaTag), estilo com underlines ou traços (minha-tag) ou estilo simples (minhatag). Abrace um estilo e não mude. No delicious o espaço separa a tag, em outros sistemas a vírgula separa as tags e espaços são válidos, o que fornece mais um estilo a essa lista. Palavras simples também devem seguir a mesma regra. Letras maiúsculas e minúsculas devem estar no lugar certo, exceções apenas para nomes próprios e palavras cujo o conhecimento geral diz que deve ter um tipo específico de letra.
  5. tags estão em singular. Se colocar plural e singular, na prática, acabará "gerando" duas tags, violando o item 1.
  6. subtags são possíveis e recomendadas. Use dois pontos, ":", ou um único ponto, ".", ou outro caractere de sua preferência (embora eu não consiga pensar em nada melhor que dois pontos) para separar as subtags. Exemplos: "forum:kde" e "forum:gnome". Ambas as tags representam fóruns, mas uma é apenas para fóruns do KDE e outra apenas para fóruns do GNOME. É recomendado que também exista a tag "forum" e que coloque o link de um fórum do KDE em "forum" e "forum:KDE". Assim não têm erro.
  7. use o mínimo de tags possível, mas não menos que o necessário. O bom gerenciamento de um sistema depende de um número pequeno de tags, mas um número insuficiente de tags é ruim, porque não classifica direito o conteúdo.
  8. cuidado com tags de duplo sentido. Por exemplo, "administration". Essa tag representa administração, mas administração de que ? De sistemas ? De empresas ? Doméstica (muitas vezes igual a de empresas) ? Nesse caso, ou usa subtags ou usa tags diferenciadas. Por exemplo, "administration", "sysadmin" e "home-administration".
  9. cuidado com os palavras diferentes que significam a mesma coisa ao definir uma tag. Por exemplo, "texto" e "txt". Não são propriamente sinônimos, mas o são em conceito. Evite esse tipo de coisa. Por se não fizer isso, você sempre terá de buscar por referências em todas as tags de significado similar refazendo a leitura de vários links. Isso é trabalho multiplicado pelo número de tags. Definitivamente, não é bom. Digo por experiência própria. Imagine outros exemplos: "documentos, texto, txt, doc, artigo" ou "referencia, ajuda, manual, tutorial, dica, howto" (esse último foi o pior que já tive, porque são muito povoadas).
  10. se quiser, use tags de ação. Isso serve para lembrar de alguma atitude que deve tomar em relação aquele link. Por exemplo, se têm alguma página que queira visitar a cada dia 15, você pode criar uma tag tipo: "visit:day15". Para toda segunda, temos: "visit:monday". Dessa forma, você sabe onde está aquele link que você prometeu visitar periodicamente e nem se lembra onde está. Note que isso é diferente de guardar o link para ler depois. Eu sugiro o Read It Later para essa função. O problema de usar o gerenciador de bookmarks para essa função é a poluição que você gera com links que talvez você não queira realmente guardar. Eu tentei isso, mas não deu certo. Talvez em um sistema diferente do delicious isso possa dar certo.
  11. sempre escreva um comentário sobre o link. Algumas vezes é difícil, pois o título diz tudo. Decidi que tentaria o máximo possível. Se não para descrever o conteúdo em duas linhas, para comentar a qualidade do conteúdo (quando possível os dois). Alguns sistemas fazem também fazem buscas no que foi escrito nos comentários.
  12. crie tags para sites que são especiais para você. Acredito que um exemplo expresse melhor o conceito. Eu tenho uma tag para os artigos do Efetividade.net que eu guardei. Por que ? Porque são dezenas de links desse mesmo site... Cada link tem seu conteúdo específico, mas são todos os mesmo site. Não é para fazer isso com todos os sites, apenas com os que julgar interessante. Não sei se consigo me expressar bem nesse ponto, mas o que significa para mim é organização e domínio sobre os meus links. Dê uma olhada nos meus exemplos para ver se fica mais claro o conceito que tento passar aqui.
  13. evite escrever errado. É uma dica trivial que reflete diretamente na sua capacidade de realizar buscas no seus próprios bookmarks.
Dicas Específicas
  1. se usa o firefox e o delicious, use a extensão do delicious para o firefox. Uma das mais bem feitas extensões que eu conheço. Você poderá usar atalhos definidos no delicious.
  2. não use o sistema online para serviços e páginas muito pessoais. Por exemplo, o http://localhost. É sério. Se fizer a busca no serviço verá que muita gente guarda essa url. Aí você pode dizer: mas é para mim, não é ? Porque não ?. Olha, tem gosto para tudo, mas ... se olhar alguns dos mais de 800 (oitocentos) resultados para busca por localhost (incluindo o http://) verá que há coisas que você realmente não gostaria de compartilhar... Além disso, se tiver essa idéia, marque o bookmark pessoal como privado. Assim, os outros não vão tropeçar nisso.
  3. agrupe as tags em grupos sempre que for necessário e possível. Facilita a diferenciação temática, mas lembre-se que muitos sistemas não permitem que uma tag esteja em dois grupos diferentes e isso pode ser um problema. O delicious atual permite, a versão anterior não permitia e era difícil decidir em que grupo algumas tags devia ficar e isso pode dificultar alguma classificação. Para quem usa o Firefox, usar diretórios para guardar o link e tags ao mesmo tempo, remete ao velho delicious, porém um pouquinho melhor, pois no Firefox é possível usar subdiretórios, que resolveria a dúvida que mencionei antes.
  4. o bookmark social diz como você se comporta na web e pelo que você se interessa. Se quiser, faça tudo ser privado, mas não reclame porque seu chefe achou inapropriado você marcar a página da "promoção" feita pela empresa concorrente nos seus favoritos. Isso não é um crime, na verdade pode até ser um indicativo de problemas reais com a empresa em que trabalha, mas de qualquer forma, é "profissionalmente indelicado".
  5. se quer se comportar livremente, não use um usuário que possa ser conectado a você. Em geral, a única coisa que pode te denunciar como dono público do serviço é o nome de usuário (quero dizer, para o grande público). Se pretende não se preocupar com essas coisas, use um nome de usuário que não tenha nenhum vínculo pessoal, mas não esqueça de que não adianta fazer isso é gravar o login e senha do roteador nos bookmarks públicos... Sério. Não faça isso !!!
  6. se o sistema possui ferramentas de características sociais, use a sua. Você somente tem a ganhar.
Dúvidas Gerais
  • Eu não sei se a melhor tag é a TAG1 ou a TAG2. Se não sabe, use as duas. As tags devem ser intuitivas no armazenamento para que sejam intuitivas na busca
  • Eu uso tags e "subtags". Todo link que eu colocar em uma subtag deve estar na tag principal ? Não vejo motivo para ter isso como regra. Contudo, é importante notar que se não o fizer terá, conceitualmente, feito de uma subtag uma tag composta. Por exemplo, suponha o uso Software e Software:Online. Quando eu quero um software online eu nunca abriria a tag de Software em si, eu sempre iria na tag específica. Mas e quando eu quero um Software qualquer ? De fato, haverá momento em que desejará encontrar apenas softwares de desktop, de forma que a existência da tag Software:Desktop se faria necessário. A outra solução seria utilizar a tag Software para apenas ter programas de desktop e a tag Software:Online para apenas ter programas online. Contudo, ao fazer isso, você fez com que a tag Software:Online (que é uma subtag) tivesse a funcionalidade teórica de SoftwareOnline (que é uma tag comporta). Isso é uma besteira de formalismo que não atrapalha coisa alguma, mas que você deve ter consciência de que nessas regras, é isso que está sendo feito. Por experiência própria, eu sei que toda vez que você usa uma subtag, você intuitivamente pensa em colocar a tag "principal" dessa subtag. O que não acontece com tags compostas.
  • Posso utilizar a tag "aoDdtTnodifg" ?. Depende. Tags devem ser compreensíveis para o usuário que utiliza o sistema, se entende esse código, use-o. Contudo, se quiser que alguém mais entenda você, deve reconsiderar e não utilizar tags como a mencionada.
  • Eu pensei em utilizar a tag "abacaxi" em um certo link, mas não usei porque acredito que nunca mais utilizaria essa tag e ela não pareceu necessária. Há problemas ? Acreditar é uma coisa muito boa quando não é aplicado ao conceito de organização. Imagine que você um dia se depare com um link que novamente deveria ser classificado com essa tag. O que você faz ? Usa ou não usa ? Se usar, terá de encontrar onde está aquele outro que deveria utilizar a tal tag (eu acho difícil que se lembre de qual seria, mas ok... quem sabe). Se não usar seriam dois links que não teria uma tag que deveria existir. Isso é ruim... Resumindo: nunca deixe de usar uma tag por pensar que ela não será mais necessária.
  • Eu cataloguei links com certas tags que me pareceram corretas e muito tempo depois percebi que poderia ter colocado uma tag adicional, uma palavra que não tinha me ocorrido antes. E agora ? Sim, isso é um problema. Até onde eu sei, o que escrevi antes sobre ser impossível evitar erros está relacionado com um fato: a relação entre web e usuário é dinâmica. Novos termos surgem o tempo todo e até certo ponto nos fazem utilizar outros nomes, etc e tal, um nome mais interessante, mais popular, etc. O que podemos fazer ? Adotamos a nova tag e se encontramos bookmarks antigos que deviam ter as tags editadas, o fazemos... assim mesmo: simples e complicado. O tempo fará você perceber que algumas coisas podiam ter sido pensadas de uma forma diferente, especialmente no que diz respeito a palavras-chaves... não tem jeito... a Web é dinâmica e os bookmarks representam "sua web particular". Então, coisas assim vão acontecer. Eu apenas não acredito que isso gere alguma frustração na organização ou bagunça de alguma forma.
  • É possível utilizar anos como tags ? Sim. Se tiver paciência faça isso. É muito interessante que catalogue seus links com base na idade. Seja a idade do link/texto, quando aplicável, ou o dia que ele foi inserido. Note que a maioria dos sistema armazena essa última informação (embora na maior parte das vezes não seja fácil pesquisar por essa informação). Seja como for, se conseguir manter a disciplina, use tags para os textos que possuem data de criação e que não serão modificados depois disso. Basicamente, são textos de blogs, artigos e notícias em geral. Além de vários tutorias que foram criados de forma não dinâmica. Isso é muito interessante por facilitar a "remoção" dos textos velhos e arquivar adequadamente índices de notícias antigas (que talvez nem estejam mais acessíveis). Infelizmente, eu não consigo me rende a esse hábito. O que eu faço é colocar uma nota tipo: "Texto de janeiro/2010" nos links que eu julgo necessário. É particularmente útil em textos de qualquer assunto que tratam de atualidades e/ou opinião.
  • Eu sempre acho que tudo é referência ... estou errado ? Eu diria que não. Tudo é referência. Até a referência em si é uma referência. Portanto, essa impressão não é errada. O segredo, no meu ver, é não utilizar apenas a tag representa referências. Também não é saudável disseminar o conceito de referência a qualquer coisa, por exemplo, o link que guarda o Google Reader no sistema pode ou não ter a tag "referencia", mas é um caso onde usar a tag é exagero, porque o link do programa online em si não é uma referência, mas um aplicativo que gerencia referências. Outro exemplo, o link que leva a página do Firefox. Ele é a página oficial do Firefox, embora não seja uma referência em si, não seja incorreto dizer que é uma referência, pois nessa mesma página há dicas, manuais, etc, sobre o Firefox. Contudo, nesse link eu não utilizaria a tag "referencia", usaria dica ou manual ou etc.
  • Qual é o prejuízo que tenho ao não criar grupos de tags ? Nenhum, em termos de qualidade no armazenamento da informação nas tags. O único prejuízo é na visão geral. Por exemplo, eu tenho um grupo chamando "Reference" todas as tags que estão nele são tags que remete ao conceito de referência ou biblioteca ou banco de dados. Assim, minha visão do que são os conceitos similares ao que procuro vão além da minha capacidade de lembrar quais são os nomes das tags que me interessariam. Essa capacidade de ver além de uma única tag é o que o agrupamento de links faz por você. E isso não é pouco.
  • Meu sistema não aceita grupos, o que posso fazer ? Criar tags que representam grupos e deixá-las impressas em um lugar de fácil acesso visual ... simples assim. O importante dos grupos não é o visual bonitinho, mas o conceito que ele traz. Você tem 20 grupos, então são 20 tags onde todos os seus links estão em pelo menos 1 delas. Você precisa deixá-las visualmente acessíveis, porque você deve lembrar de usá-las sempre. Não confie na sua memória para isso. Ao guardar um link use todas as tags que desejar e depois olhe para a lista de "tags de grupo". Selecione pelo menos uma tag dessa lista e pronto. Se tiver paciência pode fazer o que o delicious faz. Crie uma lista de grupos, diga para cada grupo quais são as tags que pertencem a ele e ao guardar o link pense de forma que uma vez selecionadas as tags, os grupos aos quais elas pertencem devem ser selecionados. Isso dá mais trabalho do que a idéia anterior, mas funciona melhor.
  • Posso editar o título do bookmark ? Não somente pode, como deve editar o título sempre que esse não significar aquilo que espera dele. Não faltam exemplos de blogs cuja a barra de título do navegador sempre informa o nome do blog e não o título de um artigo específico. Nada errado em ter o nome do blog escrito no bookmark, o problema é a falta do título de um artigo específico. Imagine um cenário que contém 20 link de um mesmo site de páginas com conteúdos diferentes mas onde todos os links possuem o mesmo nome no bookmark e entenderá a importância disso.
  • Posso guardar bookmarklets ? Depende de circunstâncias. Eu gostaria de utilizar o delicious para fazer isso, mas não posso. Ou melhor, eu posso, mas o delicious marca o meu link como perigoso, portanto, eu não devo fazer isso. Mas posso. Contudo, eu configuro o meu sistema para abrir novas páginas a partir dos bookmarks em uma nova janela. Aí, as coisas complicam um pouco, continuo podendo, mas não devo...
    O que eu fiz foi colocar o único bookmarklet que eu realmente uso na barra de bookmakrs do próprio firefox. Ainda cabe uns 6-7 na minha barra. Os demais eu exportei para HTML e guardei para caso um dia eu precise...
    Acredito que a maior parte dos usuário não teria tido esse problema...
  • E quanto aos links busca rápida ? Bom, eu uso, mas acho esquisito. Uso porque ao escolher a extensão do delicious para o Firefox, eu optei por eliminar o menu clássico de bookmarks. Assim, eu preciso que certos recursos sejam de mais fácil acesso. Note que o delicious, através de sua extensão para Firefox, estimula a importação dos links ali guardado localmente. Isso significa estimular a presença dos links de busca rápida. De fato eles não fazem mal a ninguém, mas eu continuo achando esquisito ... .
  • Demora muito reorganizar os links a partir de uma velha coleção ? Bom, eu levei cerca de 4 dias para colocar quase 300 dos mais de 1900 links que tinha de volta ao sistema. A maior parte desse 1900 links não vai voltar através desse processo. Alguns eu nem me lembro porque eu guardei ! Assim, eu considerei que depois de ter inserido os principais links que eu desejava, os demais não precisavam estar no sistema. Sigo a premissa que se eu não preciso dele agora, eu provavelmente vou redescobrir ele pelo Google quando eu precisar dele novamente. Um efeito interessante é que eu já utilizei todo tipo de distribuição GNU/Linux e tinha centenas de registros de todas essas distribuições e agora eu somente tenho das que usei desde que modifiquei os bookmarks. O restante vai surgir com o tempo e naturalmente. Sem forçar. Nesses 4 dias eu não trabalhei nisso nem 3 horas por dia, resumindo, não cansa tanto quanto parece.
Conclusão

No final de 2009 eu tinha mais de 1900 links. Enquanto escrevia esse artigo esse número era muito menos da metade. O processo de reorganização é longo, mas vale apena.

Entretanto, não faça uma remodelagem para cometer os mesmos erros. Não vale apena.

Para quem tem poucos links, é possível organizar novamente todos os links que possui sem deletar nenhum. Não existe problema nisso.

Dicas nunca são absolutas, nunca abrangem o que não foi pensado e jamais conseguem ser perfeitas. Essas normas foram criadas para meus objetivos, se elas não satisfazem o seu objetivo, crie suas próprias normas, escreva-as e a partir disso siga-as. Não crie normas para burla-las, é perda de tempo. Comprometa-se com a organização e não haverá nenhum problema.

Escrever suas normas é muito importante para que você consiga manter a coerência do processo ao longo do tempo. Não assuma que você será capaz de lembrar de todos os detalhes daqui a alguns anos/meses. Você não irá :-)

Existe por aí sistemas que prometem colocar tags de forma automática. Não gosto disso, embora eu reconheça que existe praticidade. O problema é que ninguém pensa como você. A Web 3.0 promete trazer a inteligência artificial e a semântica ao jogo. Quando isso acontecer e funcionar, será de reconsiderar o que escrevi aqui. Entretanto, o melhor da "web semântica" que já vi no mercado atual foram as inúmeras e significativas melhorias, embora ainda não satisfatórias, do sistema de tradução do Google.

No gerenciamento de bookmarks manter uma grande coleção é mais fácil do que criar uma grande coleção do dia para o outro. Manter é mais fácil porque você raramente acrescenta links em lote. Normalmente adicionamos um link de cada vez e isso é relativamente fácil de fazer acontecer de forma correta, desde que seu compromisso com suas normas seja sincero.

Se conseguir manter o compromisso não terá qualquer tipo de problema no gerenciamento dos seu bookmarks.

Notas
  • Esse texto utilizou mais de uma notação de tags intencionalmente, para que sirva de idéia do que se vê ao seguir um modelo ou outro.
  • As dúvidas que escrevi aqui foram dúvidas que eu mesmo tive. Ou seja, eu me perguntei cada uma daquelas coisas enquanto tomava as decisões.

Monday, February 08, 2010

Dividindo uma janela do Nautilus em duas

Sim, senhores. Descobri isso a pouco tempo pelo compartilhamento do Google Reader feito pelo Sérgio F. Lima e simplesmente comecei a propagar a informação de todas as formas possíveis.

O texto escrito no Forum do Ubuntu (em inglês) explica exatamente como fazer com que seja possível dividir uma janela do navegador de arquivo do Nautilus em duas (split view). Nada o que eu disser aqui vai substituir a leitura do texto indicado, pois lá você encontra links de imagens, vídeos e tudo mais que for necessário para fazer acontecer esse pequeno milagre.

Esse é um recurso que eu uso desde quando o Windows 95 era novidade e o GNU/Linux não tinha KDE ou GNOME para serem usados (na época que não tinha gerenciador gráfico de arquivos não dava para exigir esse recurso, né ???), mas que não usei durante o bom tempo que tive o GNOME como meu gerenciador padrão. Felizmente, essa limitação é passado agora !!!

Friday, February 05, 2010

Temperatura de armazenamento de DVDs

O calor absurdo que tem feito nesse início de ano no Rio de Janeiro me fez lembrar o motivo pelo qual eu nunca compro DVDs em banca de jornal cujo o lançamento seja feito no verão ou que tenha passado por um verão.

Muitos DVDs ficam expostos ao sol e os que não estão assim, estão dentro das bancas metálicas. Sem contar os domingos que elas permanecem a parte da tarde fechadas.

É certo que a temperatura de uma banca de jornal fechada durante um dia quente de verão passe dos 55 ºC limites para o armazenamento de DVDs. De fato, o dano não é como o cortar de uma corda, como se tivesse um termômetro na superfície do DVD, mas isso não elimina a necessidade de ter uma certa cautela ao adquirir um DVD em banca de jornal nesse versão.

É verdade também que isso está longe de ser um chamado ao boicote, está mais para uma aviso para todos nós (jornaleiros, inclusive) tenham cautela com esse detalhe normalmente esquecido por todos.

Thursday, February 04, 2010

Arch Linux: Problemas com o cryptsetup 1.1

A atualização recente (nem tanto, pois não atualizo tudo todo dia) do cryptsetup para a versão 1.1 pode ter gerado um certo problema, parecendo que o dispositivo não foi reconhecido corretamente.

De fato, é difícil até perceber qual é o erro. Eu faço o mapeamento do /dev/loop0 corretamente, o cryptsetup cria o volume em /dev/mapper/ mas esse voluma não está decodificado. Ele não pode ser montado.

Seja como for, a solução temporária é a utilização de uma versão mais antiga do programa.

Provavelmente você tem o que é necessário no cache do sistema. Entre no diretório /var/cache/pacman/pkg e digite:

[CORREÇÃO]
Graças a ajuda do pessoal do Arch Linux eu descobri que o device-mapper e o devicekit-disks originalmente indicados nesse blog não são responsáveis (nem por dependência) pelo problema. Sobrou apenas para o cryptsetup...
pacman -U devicekit-disks-009-3-i686.pkg.tar.gz  device-mapper-2.02.53-1-i686.pkg.tar.gz \
cryptsetup-1.0.7-1-i686.pkg.tar.gz


pacman -U cryptsetup-1.0.7-1-i686.pkg.tar.gz
[/CORREÇÃO]

Eu sinto muito por não saber informar onde encontrar tais pacotes caso eles não existam no cache (e note que o nome do pacote inclui o i686 e que isso não será verdade caso use um sistema 64 bits). Mas eu perguntaria ao google e tenho certeza de que ele saberia responder essa pergunta...

Se não quiser reiniciar o computador para tudo voltar a funcionar, digite:
modprobe -r dm_crypt
modprobe -r dm_mod
modprobe dm_crypt
E tudo deve voltar ao normal.

Todos os comando devem ser executados como administrador.

Outro problema é que eu e o sistema de relato de bugs do Arch Linux não nos demos muito bem. Nem para rastrear um problema óbvio eu consegui.

Sinceramente, me considerei perdido pelo que eu li. Não consegui decidi se o bug foi ou não relatado. Quero dizer, parece que tentaram resolver um bug e a solução desse bug gerou outro bug... Também existe esse outro bug com a versão estática do programa. Na verdade é outro problema, mas pode ser entendido como quase o mesmo problema (ou seria o mesmo-mesmo).

Seja como for, espero que tudo seja resolvido em breve. Como normalmente quem usa um programa desse tipo não pode esperar muito, voltar a usar uma versão antiga é um excelente solução temporária.

Monday, February 01, 2010

Ordem na vida digital: A web 2.0

O termo "web 2.0" é utilizado para expressar a existência da internet onde o usuário consome e produz conteúdo. A diferença deve ser um conceito pouco assimilado pelos mais jovens, que não viram a época que até javascript era novidade. A transição foi complexa e lenta, mas hoje, com produtos como o Google Wave, delicious, Blogger, wikipédia, etc. o conceito web 2.0 ficou perfeitamente definido através do que podemos chamar de "programas online".

Permita-me definir que um programa online é qualquer programa que funcione em um servidor remoto e é acessado pelo navegador do computador local. Como exemplos de funcionalidades, podemos citar o cliente de e-mail e leitores de rss online, e também produtos como calendários, editores de textos, planilha e apresentação, gerenciadores de tarefas, gerenciadores de referências, tradutores, editores de imagens. Também há programas mais específicos, como o programa que me permite descobrir qual é o comando LaTeX de um símbolo ou letra que eu desenhei na tela.

Essa nova geração tem características bem interessantes que merecem alguma discussão.
  1. Disponibilidade. Há dois tipos de disponibilidade aqui. O primeiro é a confiança de que o programa vai estar no ar quando você estiver conectado. O segundo é a disponibilidade offline do programa.
  2. A privacidade. Partindo do pressuposto de que não estamos lidando com criminosos ou pessoas má intencionadas, o que significa nos preocupar com a privacidade ?
  3. Recursos disponíveis no programa escolhido.
  4. Compatibilidade de formatos de arquivos.
Disponibilidade. Como acessar o programa online sem internet ?

O uso do Google Gears é a melhor forma que conheço de resolver esse tipo de problema. Entretanto, o HTML 5.0 permitirá o uso offline de programas online sem qualquer extensão de navegador. Sendo assim, é uma questão de tempo até que todos os programas estejam disponíveis para uso offline. Até lá, o uso de programas que utilizem os recursos de Google Gears é a melhor solução para esse tipo de problema.

Há vários programas que utilizam o Google Gears e nem todos são do Google, ou seja, é um produto bem abrangente, mas não são todos os programas que usam esse recurso. Um exemplo disso é o Blogger, a plataforma que uso para escrever esse blog e que é do Google. Curiosamente, enquanto eu escrevia esse texto a internet caiu e eu não pude fechar a janela do navegador enquanto ela não tivesse voltado. Claro que eu poderia contornar isso usando um programa de desktop ou outro programa online que tivesse Google Gears, mas a simples expressão "contornar isso" representa o fracasso de um modelo.

Eu considero esse ponto um problema crucial. Eu não utilizaria o Google Docs, por exemplo, se eu não tivesse plenas condições de acessar meus documentos quando fico sem internet.

De qualquer forma, eu somente posso acessar os meus documentos sem internet do meu computador pessoal, o que para mim é perfeitamente aceitável.

O outro ponto é a disponibilidade online. Suponha que eu não tenha Google Gears, mas tenha internet. Então é importante que eu acesso o programa. Problemas acontecem, mas é de se desejar que eles sejam insignificantes e que não atrapalhem sua vida. E digo isso do seguinte ponto de vista: não acessar o Blogger não é um problema, o problema é não acessar o Google Docs quando eu realmente precisar dele.

Um ponto importante é testar se a disponibilidade offline está funcionando. Eu já fui pego de surpresa por erro meu ao habilitar o recurso.

O problema da privacidade

Há várias questões aqui. Primeiro vamos partir do princípio de que a empresa não será 100 % responsável.

Esse caso, que é muito grave, dependendo do tipo de empresa, é equivalente a colocar seu nome em uma procuração em branco. Imagine se a empresa em questão tem o número do seu cartão de crédito e verá bem o que quero dizer. Mas isso é um problema criminal, não ideológico. Então, eu fico por aqui.

O segundo ponto é: a empresa tem uma política de privacidade e a respeita (ou pelo menos se compromete com ela). E daí ?

Daí que eu me lembro do caso de uma operadora de cartões de crédito que "perdeu" milhares de números de seus clientes na Inglaterra. Não sei se ela teve um comportamento adequado ou não, nem me lembro direito do caso, mas sei que perder vários números de cartão de uma hora para outra não é algo que ela, empresa, gostaria que acontecesse. Pelo contrário, ela foi a grande prejudicada, pois um a vez quebrada a confiança muita gente não irá reconsiderar o fato.

Assim eu levanto a grande questão que é o fato de que não há real e permanente segurança em nada que esteja realmente conectado na web ou fora dela. Por exemplo, minha mãe nunca tinha comprado nada em lojas online ou por telefone quando teve seu cartão de crédito clonado, mostrando que o problema de privacidade não é um problema único de quem usa a web. Acontece. E quando acontece, é ruim.

Resumindo, não coloco na web nada que possa ser considerado uma informação crítica sobre mim, e tenho o hábito de dar esse conselho a quem me pergunta. Ainda assim, note que há produtos feitos para gerenciamento financeiro via programa online. De forma que embora esse seja meu hábito, há outras pessoas que não compartilham dessa mesma opinião. E mesmo no meu caso pessoal, eu faço compras pela internet. E então, como ficamos ? Eu não tenho que confiar a transação, na loja, etc e tal. Mas que confiar na qualidade da loja, na qualidade do serviço técnico da loja, que não é algo fácil de se medir.

E que fique claro que nesse momento estamos falando de empresas que investiram em tudo que é possível investir para garantir a privacidade do cliente. Meu ponto é: tudo que é possível nem sempre é suficiente e isso não se aplica apenas em relações empresa/cliente feitas através de computador.

Um terceiro ponto é que mesmo no cenário perfeito do ponto anterior, todas as grandes empresas da web possuem uma política agressiva de fornecimento do programas para todas as áreas e captação de usuários. Fala-se muito do Google, que possuí uma lista muito longa de produtos que podem representar quase tudo que você faz online, mas não acho que seja mérito do Google. A Microsoft, o Yahoo! e o Zoho possuem o mesmo tipo de política, somente não são tão bem sucedidos quanto o Google.

A grande questão é que nós queremos integração. Queremos poder abrir o arquivo de documentos ou PDF facilmente na suíte de escritórios online ou a partir do e-mail marcar um compromisso.

De forma que não é trivial utilizar um serviço e não usar um outro de uma mesma empresa.

Veja só o que acontece comigo com relação ao Google. Eu uso o Gmail. Por causa disso, eu uso o Google Docs, o GTalk e o Google Calendar. E a palavra chave é integração. São serviços integrados e complementares.

Eu uso o Blogger antes desse ter sido comprado pelo Google e o Picasa por que quando eu uso o Blogger o Picasa é usado e todos os outro serviços para armazenar imagens que eu tive tiveram sérios problemas e me deram muita dor de cabeça (acabou que eu escolhi esse programa mesmo, devido ao fato de que nunca me dei muito bem com o Flickr).

Eu uso a busca do Google (francamente, todo mundo usa !) e por estar logado no Gmail, eu estou usando o histórico de busca (embora eu realmente não abra a página desse histórico). Além disso, as listas de discussão do Google Groups quase exigem uma conta Google e o uso do Gmail (não é obrigatório, mas dá um dor de cabeça quando não é usado !).

E os outros programas ? Eu queria mesmo desabilitar o iGoogle, mas volta e meia e volto para a minha página vazia dele. O Orkut é uma questão cultural. Não é que eu use, mas como dar as costas ao sistema ? Além disso, ele não era do Google quando ficou famoso. Ainda temos o YouTube, mas não fui eu quem escolheu o YouTube, que para quem não lembra, ele também não era do Google quando ficou famoso.

O que quero dizer é que os produtos integrados ao Gmail possuem um nível de sucesso (comigo) muito maior que qualquer outro produto Google, com exceção dos que foram comprados pelo Google quando já eram famosos. Os demais são esquecidos, por exemplo, quem se lembra do Google Notebook ou do Knol ? O primeiro foi "fechado" (pararam o desenvolvimento) o segundo, bem ... eu nunca fui direcionado para uma página do Knol na vida, o que induz a crer que ele não tem uma popularidade tão alta assim ...

E como eu disse, essa política de relação com o cliente não é exclusividade do Google, ele apenas teve mais sucesso que os concorrentes. O Zoho é bem pior, é tudo numa única grande interface, a Microsoft até tenta ser igual ao Google, e o Yahoo, bem, eu não consigo entender como o Yahoo perdeu o bonde, mas enfim, parte da política do Google parece ter sido criada pelo Yahoo. Coisas como o "My Yahoo!", disco online, etc, tinha o mesmo perfil do que o Google faz hoje, o Yahoo apenas dormiu demais e quando acordou com o Flickr e o delicious nas mãos já tinha perdido muito terreno. Mas até onde eu sei, o "Yahoo Mail!" ainda é o sistema de e-mail mais utilizado do mundo.

Para alguns, o ideal para preservar nossa liberdade seria pulverizar o uso dos produtos de acordo com as empresas. O grande problema disso é que é difícil fazer isso e ao mesmo tempo manter a integração necessária para uma boa fluência no trabalho. Além disso, minha opinião pessoal me diz que isso somente aumenta o número de problemas. Antes você se preocupava com a privacidade de uma empresa e agora vai se preocupar com a privacidade em várias empresas.

Esse problema é grave ? Sim. É muito grave. E a única foram de resolver definitivamente esse tipo de coisa é não utilizando produtos online. Do cliente de e-mail ao gerenciador de bookmarks. Cada um com o seu programa no desktop. O que uma pessoa precisa é de uma conta de e-mail. E muito provavelmente, um ID para comunicador instantâneo.

No meu caso particular, eu iria continuar usando o Blogger para escrever (o que eu não seria obrigado se contratasse uma hospedagem própria) e isso me faria ter o Picasa ativo. Além disso, eu não preciso mais nada.

Note que essa é uma decisão agressiva que preserva sua privacidade ao máximo, mas te faz voltar a era da "web 1.0".

A pergunta que fica é: até que ponto vale apena usar um programa online ? Melhor dizendo: o que o programa online te oferece que o de desktop não oferece ?.

Eu uso programas online porque na maior parte das vezes eu divido o meu tempo na frente de mais de um computador. Assim, acessar meu e-mail e lista de tarefas é algo muito mais simples e fácil por estar registrado na internet. Do Google, eu selecionei 4 produtos: a busca, o Gmail, o Google Reader e o Blogger. O restante é conseqüência.

Quais são minhas alternativas ?

Usar outra busca na internet ? Não... definitivamente não. Isso não é alternativa. Posso até usar mais um sistema de busca, mas não posso usar apenas outro sistema. O Google se tornou sinônimo de processo de busca de informação na web.

Posso usar um cliente de desktop para ler meus e-mail. Isso significa que os anexos serão baixados de qualquer forma. Sendo assim, o uso dos programas locais é a melhor solução para visualizar anexos. Note que isso não me livra de ter um servidor de e-mails de alguma empresa externa. A alternativa para isso seria montar um servidor em casa e colocar ali o seu servidor de e-mail e internet. Mas eu não vou fazer isso... não tenho infraestrutura satisfatória para isso.

A questão de onde colocar o blog também passa por esse ponto. Ou eu mantenho no Blogger (ou qualquer outro serviço online), ou eu contrato uma hospedagem, ou eu monto um servidor em casa. Descartando a última opção, resta duas. Uma custa dinheiro e a outra não. Uma acaba quando eu parar de pagar e a outra poderá (imagino) ser encontrada séculos depois de eu ter falecido.

No lugar do Google Reader eu deveria usar um programa de desktop.

E essa é uma excelente solução. Ao usar um programa de desktop, "ninguém saberá o que você lê" (quero dizer, você não deixa rastro dentro do Google ou de outro serviço qualquer). E isso, muito mais que o e-mail, revela muito sobre você. O lado desagradável fica por conta da incapacidade de compartilhar informações com colegas através do share que existe no Google Reader, certo ? Errado. Compartilhe a informação de qualquer página da web utilizando o bookmarklet "Note in Reader". Não precisa assinar o feed do Google Reader. Nem precisa de um feed. Isso permite a você utilizar o Google Reader apenas para compartilhar informação. Nem para ler, aqueles que acompanha você precisa do Google Reader (você pode utilizar o feed da pessoa que compartilha a informação).

Mas existem dois pontos que devem ponderar nosso exercício de migração. Sincronização entre dois computadores e disponibilidade de qualquer lugar. O primeiro problema é relativamente fácil de contornar através de scripts e outros pequenos códigos que fazem os arquivos de configuração irem de um lado para o outro. Há alguns inconvenientes no tamanho e formato de armazenamento dos emails que pode ser um obstáculo extra para quem não quer deixar as mensagens na web, assim como a diferença entre sistemas operacionais, mas ainda assim, é algo simples de resolver. O segundo ponto é mais complexo. Como acessar meu e-mail de um lanhouse ou qualquer outro computador genérico se todo o conteúdo dele estiver em um ou dois computadores específicos ? Eu não sei resolver esse problema e por isso uso o Gmail. Essa é a razão de eu utilizar o Gmail e suas conseqüências.

Para escrever esse artigo eu fiz um teste de como seria a migração do Google Reader para o desktop. Eu ganhei privacidade. Além disso, eu não tinha "disponibilidade". Assim, por não ter acesso aos feeds quando estou longe do meu computador pessoal, eliminei uma distração e tornei-me mais produtivo.

Fiquei entre dois programas: o Akregator e o RSSOwl. O primeiro é parte do KDE e integra-se a esse com perfeição invejável. O segundo possui mais poder que qualquer outro programa do gênero que eu conheça, seja de desktop ou online.

Resumindo: Tudo funcionou perfeitamente bem. Quase não senti falta do Google Reader.

Não posso deixar de comentar o maior ponto negativo de utilizar um programa de desktop: o consumo de memória RAM. O Akregator, por exemplo, está consumindo incríveis 82 MB e o RSSOwl perto de 105 MB. É muito. Embora não seja tanto quando comparado com minha disponibilidade de RAM.

Recursos disponíveis no programa escolhido

Na maior parte das vezes, o programa online é mais fraco que o programa de desktop. Não apenas por causa do desenvolvimento recente desses, mas porque existe mais poder de processamento e memória usando um programa de desktop (isso é regra geral com exceções).

Entretanto, nem sempre mais é mais. As vezes, mais é menos. E essa afirmação pode ser aplicada facilmente nesse problema.

Além disso, as vezes achamos um programa para descobrir qual é o comando LaTeX de um símbolo ou letra que foi desenhado na tela e vemos que ele não tem nenhum equivalente de desktop.

Use a ferramenta certa para resolver o seu problema e ponto final.

A compatibilidade de formato dos arquivos

No mundo ideal isso não seria um problema. No meu mundo, tem sempre alguém que me manda um .docx que não abre do Gmail e abre errado no OpenOffice. Como nem sempre você pode pedir por um formato específico, eu tenho que contornar esse problema usando minha cópia do MS Office (sim, eu comprei a versão de estudante somente para resolver esses e outros probleminhas). E note que eu uso o LaTeX, Google Docs e TXT para escrever documentos, planilhas e apresentações. Várias vezes uso o OpenOffice para planilhas e raramente uso outra coisa.

O que eu poderia fazer ? Nós estamos ganhando a guerra dos formatos, mas a vitória está longe. Até lá, teremos anos de incompatibilidade legada que as vezes nem os desenvolvedores do programa fechado irá resolver, mas que de qualquer forma é um arquivo que deverá existir ou ser convertido. E nesse último caso, isso tende a demorar um pouco. Nós não "devemos sonhar com a utopia e viver o agora" (ou algo parecido com isso !!! - Nem me lembro se foi Darcy Ribeiro ou Paulo Freire quem disse isso) ? Pois bem...

Eu e a Web 2.0

Gosto de programas online.
Gosto do delicious e da capacidade de gerenciar bookmarks independente do navegador e sistema operacional (em breve, um artigo sobre esse tema).
E do Remember The Milk para gerenciar minhas tarefas.
E do Google Reader para os feeds.
Gosto do Gmail. Para mim, a melhor interface para gerenciamento de e-mails que existe hoje. Inclusive, eu uso o Gmail para gerenciar outros e-mails. Como já disse, o uso do Gmail leva a comodidades e essas comodidades a um par de programas do Google.
Além disso, utilizo a busca do Google e por conseqüência, uso por omissão a configuração padrão de programas que eu não gosto tanto assim, mas vem no pacote conta Google e sistema de busca.
O LinkedIn e o Orkut são as redes de contatos, profissional e social.
Eu não compartilho vídeos meus na web, os que compartilho ou vejo, em geral, estão no YouTube e foram colocados lá por outra pessoa.
E quem nunca usou a Wikipédia ? Pois bem, minha relação com ela é estilo web 1.0.
E tem as listas de discussão, e aí quem decide onde fica a lista é o dono dela, mas minha escolha é o Google Groups. Seja como for, o sistema de gerenciamento do Yahoo é igualmente exigente de contas e registros ao do Google.
Utilizo um número razoavelmente grande de aplicativos online, mas regularmente, são 7 aplicativos. O que não é um número muito grande.
Entretanto, um número interessante é em quantos lugares existe alguma informação pessoal e por informação pessoal, entenda, qualquer coisa além de nome e e-mail. A resposta é três lugares, o LinkedIn, o Remember The Milk e o Google (e aqui você entende tudo que é do Google, mas se pensar no Orkut, verá que é onde existe mais informações sobre mim).
Nem o Yahoo possui minhas informações pessoais. Note que em dois desses três sistemas há informações públicas porque eu quis que fosse assim (no Google e no LinkedIn).

Eu não me sinto ameaçado com essa questão de privacidade considerando os meus hábitos pessoais, mas considero que "1984" não é passado, mas futuro no qual nós não tivemos cuidado a partir desse presente que vivemos.

Embora eu, como tenho dito acima, goste de programas online, isso não significa que eu não me preocupe com eles. Pelo contrário, cheguei a um ponto que não faço mais cadastros na rede sem ter certeza de que é necessário e assim vou convivendo com a era educada do "Big Brother".

Conclusão

Procurei misturar meus hábitos, minha opinião e informações impessoais durante o texto. O objetivo é transmitir minha experiência e observações. Nada além disso.

Eu não vejo um futuro onde a tendência seja diferente em relação ao presente. O que eu vejo no futuro varia entre o desastre completo e o equilíbrio perfeito, mas isso é vocábulo.

Meu desejo consiste em ter um servidor em casa onde todos os programas que rodam na web possam rodar nele, de fato, por muito tempo fiz algo parecido utilizando o localhost para executar aplicativos até que isso se tornou um fator limitante e eu tive que abdicar dessa idéia. De qualquer forma, isso é utopia até mesmo para os utópicos.

A verdade é que programas online vieram e vão ficar. Nadar contra maré é gasto de energia. O que devemos é assegurar a todos que estamos dispostos a gastar energia caso as águas se tornem turbulentas demais para navegação tranqüila. Ao dizer que não somos reféns do sistema somente porque gostamos muito de utilizá-lo, nós damos um recado para dizer que concordamos com a Web 2.0 enquanto ela não ferir os nosso direitos à privacidade que desejamos.

No meu delicious (link direto para a tag relevante) você encontrará vários aplicativos online. Seja o link direto para o programa ou para páginas onde há listas de programas online. Outra fonte ampla de links de aplicativos web é o MakeUseOf.com, o site publica artigos regularmente com listas de aplicativos para pontos específicos. Algumas dessas listas também podem ser encontradas no meu delicious.

Use todas essas informações e links com moderação.