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Thursday, October 11, 2012

O verdadeiro problema de usar o ArchLinux

Hoje eu descobri o meu maior problema de usar o ArchLinux desde o instalei em 2009, há mais de três anos atrás.

E o "problema" (note as aspas) é que eu não tenho mais problemas... Sim, o sistema é tão estável, mas tão estável, que eu fui esquecendo como resolver problemas, onde estão aqueles arquivos de configuração. Como é ter que ficar horas e horas na internet procurando soluções para aqueles bugs incômodos. É impressionante.

Sim, eu já tive problemas com o ArchLinux. Nesses três anos, foram 2 problemas. Um deles, não era problema, mas uma mudança da característica do cryptsetup que não aceitava mais funcionar via sudo. Tem algumas ações de usuário a serem feitas aqui que resolvem isso facilmente, mas não havia mais necessidade, o programa evoluiu o problemas eram os meus scripts que não evoluíram junto. O outro problema era porque eu tenho muitos programas instalados e recentemente quando houve a mudança das bibliotecas de /lib para /usr/lib eu tive que identificar certos programas instalados (todos do aur) para conseguir migrar o diretório sem problemas. Como pode ver, nenhum desses dois problemas foram problemas de verdade.

Brincadeiras e ironias a parte, a minha maior dificuldade com o ArchLinux está em fazer programas que possuem código com um desenvolvimento muito lento compilarem nas versões mais recentes do GCC. Quase sempre eu tenho que modificar alguma coisa nas opções do Makefile, ou modificar alguma declaração de variável que não fazia sentido antes, mas o GCC não reclamava. Lembro-me até de ter achado um erro de declaração de variáveis em um programa escrito por mim mesmo quando mudei a versão do GCC. Mas se isso é um problema, que venham muito problemas como esse, que ajudam a desenvolver códigos melhor escritos e mais estáveis.

É a evolução e o ArchLinux não costuma esperar por aqueles programas que não querem evoluir na mesma velocidade. Tudo que ele faz é seguir sua própria evolução mas sem abrir mão da estabilidade que me permite dizer o que digo acima. Fui esquecendo de como fazer certas coisas porque não tive que ficar o tempo todo resolvendo problemas e me obrigando a relembrar onde e quais são os arquivos de configuração para isso ou aquilo.

Eu posso dar um exemplo bem simples para isso. Desde de que instalei o ArchLinux eu nunca mais, mas nunca mais mesmo tive qualquer problema com a configuração da minha placa de vídeo, ou seja, eu uso os mesmos arquivos que criei em 2009 quando instalei o sistema e fiz questão de usar o xorg.conf e hoje eu nem sei se eu precisaria de usar o xorg.conf. Estou quase certo que não preciso ! Mas o que quero dizer é que eu não sei como resolver problemas de configuração nas novas versões do servidor gráfico. Eu também não tive mais problemas com teclado, configuração do sistema de som, rede ou qualquer outra coisa do gênero. Tudo ainda roda usando os mesmo scripts de configuração que tenho desde de 2009 e apesar das profundas modificações que o ArchLinux vem implementando recentemente na sua estrutura de arquivos de configuração (especialmente a já não tão recente modificação da configuração de rede), eu não tive problemas...

Sim, meus caros, esse texto está carregado de ironias, mas é com grande satisfação que acordei para essa constatação na data de hoje e quis dividir essa minha alegria e as observações que fiz com todos. É muito bom usar um sistema hiper-atual, com mais recentes versões de programas estáveis possíveis e ainda ter tal estabilidade, com um gasto quase nulo de tempo sendo usado no gerenciamento de crises.

Meus parabéns a todos que fazem essa distribuição ser o que é e me permitem usar o computador como eu gostaria de usar. Obrigado.

PS.: tanto tempo sem escrever me enferrujou um pouco. Já corrigi um monte de problemas no texto desde que publiquei. Se encontrarem algum absurdo como "problema instalado" escrito no texto (coisa que já corrigi), favor, me avise :D

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