Eu fico realmente impressionado com a qualidade dos gráficos que as novas placas de imagem conseguem produzir. Mais impressionado ainda ao ver que esse tipo de recurso deixou de ser privilégio dos jogos em 3D.
A algum tempo (logo depois do lançamento do Ubuntu 7.04) eu instalei Beryl no meu computador. Da instalação a configuração tudo correu tão bem quanto possível. Está certo que eu senti falta de algumas explicações quanto as configurações, mas nada que o Google não resolvesse. E também não há o que reclamar quanto a isso.
Veja a imagem abaixo.
Havia momentos (que meu chefe não leia isso !!!) em que eu simplesmente ficava parado observando o monitor, outros em que eu ficava fascinado com os efeitos especiais múltiplos, quase infinitos, que estão disponíveis. Mas houve um momento que eu me lembrei de perguntar: o que eu ganhei além do visual ?
Gostei muito do cubo. Não há dúvidas de que o visual melhorou muito em relação ao mesmo desktop sem o beryl. Ganhei um recurso muito interessante para localizar as janelas, usando tab. Mas fora isso, o Beryl é apenas maquiagem.
Eu ganhei estética, e isso não é discutível. Também ganhei alguns problemas de softwares que se recusaram a funcionar da mesma forma e/ou o tempo todo com o Beryl. Do mais eu só perdi. Perdi desempenho (não muito, mas perdi), perdi tempo admirando a tela e perdi mais tempo ainda lendo informações na web, procurando significado para cada opção de configuração.
Não vou comentar quanto ao desempenho, pois com minha GeForce FX 5200 eu não fiquei nem um pouco impressionado quando o lbreakout 2 travou ao utilizar um pouco mais de recursos de vídeo, o que diga o supertux. E esses dois jogos não são jogos 3D, só possuem bons gráficos (só para constar, o drive proprietário está instalado, operando e o vídeo não trava quando o Beryl está desativado).
Também não tenho dúvidas de que essa febre de desktops tridimensionais veio para ficar, da mesma forma que não tenho dúvidas de que se eu tivesse um placa um pouco melhor eu estaria usando os recursos estéticos que realmente embelezam de forma fantástica o desktop.
O ocasião, por mais tola que pareça, leva a uma reflexão: Para que serve um computador ?
Do meu modo de ver, o computador é uma ferramenta para trabalho ou entretenimento, na maior parte dos casos, ambos. Ele precisa ser ágil e estável e deve ser atraente e simples o suficiente para permitir executar essas duas classes de funções da forma mais simples e fácil possível.
O embelezamento do desktop atinge justamente o ponto onde ele deve ser atraente e simples o suficiente para permitir executar as duas classes de funções que um computador possuí. Não a dúvidas de que o beryl contribui muito para o ser atraente. E o quanto a ser simples, isso é hábito, e o uso gera o hábito e, portanto, não há o "porque" ou o "como" dizer que o Beryl não é simples o suficiente.
Infelizmente, no atual estágio do desenvolvimento, ainda não podemos confiar no Beryl da mesma forma que confiamos no Gnome ou no KDE. Ele ainda não atingiu esse nível de estabilidade. Nada crítico para usuários de desktop, mas importantes para produtivas estações de trabalho. Posso estar exagerando, mas ele me pareceu um pouco instável ao ser usado em conjunto com softwares que usem boa quantidade de recursos de vídeo. Todas as referências que encontrei sobre esse problema são muito antigas e referem-se a versões antigas do Beryl, mas parece que esse ponto tem sido alvo de constante desenvolvimento. É aguardar.
Outro ponto da história está a eterna guerra dos sistemas operacionais. Para o Linux o Beryl é uma aliado sem igual.
Muita gente que nunca viu o GNU/Linux resolve experimentá-lo porque nunca viu nada igual ao que o Beryl pode proporcionar (e pela qualidade dos efeitos do concorrente, não vai ver por muito tempo ...) e nesse ponto de catequização o Beryl tem sido um aliado sem igual.
Espero que em pouco tempo esse software esteja suficientemente estável para uso contínuo e sem travamentos ao usar recursos 3D em conjunto com outros softwares.
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O Beryl, mesmo antes de ser um fork, já era instável. Isso se dá graças ao seu caráter extremamente experimental.
ReplyDeleteÉ lindo, fato, mas instável. Em casa eu fico com o Compiz pré-instalado no Ubuntu, muito mais estável embora tenha muuuuuito menos opções.
Pois é. Mas eu não vi graça alguma no compiz...
ReplyDeleteEu acho o Beryl um colírio para os olhos, principalmente para aqueles que já tenho um conceito pré-etabelecido - para não dizer preconceito :) - de que o linux é um sistema feio, que só geeks gostam, mas pela sua instabilidade eu deixo ele desativado no meu Ubuntu, somente ativo quando quero converter alguém para o lado do Bem.
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